Baía de Todos-os-Santos

É nesse grande tapete de águas limpas que oscilam entre o azul e o verde turquesa, pincelados no final do dia pelo dourado do Sol, que encontram-se os últimos saveiros em sua lenta costura das rotas de comércio por séculos. Ao som de silêncios, viajando entre Salvador e o Recôncavo, esses barcos ajudaram a moldar os contornos que hoje são os cenários presentes nessa obra. Registros que atestam as últimas embarcações desse tipo ainda sobre mares da Baía.

Salvador, capital, e as cidades e vilas do Recôncavo eram o grande elo das relações socioculturais naquele tempo. E hoje, folheando pelas cores de um dos mais belos livros já feitos sobre Baía, encontramos registros que enriquecem o olhar, notas musicais capturadas em imagnes que traduzem encontros. Costumes e amizades, elos intricados de histórias que atravessam séculos, e hoje podem também ser vistas nas páginas desse livro.

Por fim, a Baía de Todos-os-Santos é também de todas as cores, gentes, contornos e orixás. É como uma grande moqueca que reúne sabores, temperos e ingredientes em uma liga de encantos. Essa grande Baía abriga, seguramente, não só todas as esquadras do mundo, como lembrou Durval Aguiar, mas guarda toda a Bahia. Agora esse lugar de encantos está tão bem registrado pelo talento e sensibilidade de Kiko Silva e de todos aqueles que o acompanharam nessa jornada.